Ou «o seu a seu dono»
A história da tendência decrescente da taxa de lucro é uma história que já vem de muito longe...
Já Adam Smith assinalava:
«Com o tempo, o estoque acumulado de capital torna-se então tão grande que deixa de poder ser aplicado com o lucro antigo nessa espécie de indústria que lhe é peculiar. Essa indústria tem os seus limites com todas as outras; e o aumento do estoque, ao aumentar a concorrência, necessariamente reduz o lucro.
Em «The Wealth of Nations».
Muito mais recentemente, um outro autor (herdeiro ideológico de Malthus e insuspeito de quaisquer tendências «marxistas» (John Maynard Keynes, para ser mais preciso), escrevia estas coisas (a propósito da taxa de lucro):
«Mas pior ainda. Não só a propensão marginal para o consumo é mais fraca numa comunidade rica, mas, devido ao facto de a sua acumulação de capital ser já maior,as oportunidades de mais investimento são menos atraentes a menos que a taxa de juro desça a um ritmo suficientemente rápido;»
Página 31 do «The General Theory»
assim como
«Torna-se então óbvio que a actual taxa de investimento será aumentada até ao ponto em que já não haja qualquer espécie de activos cuja eficiência marginal exceda a actual taxa de juro. Por outras palavras, a taxa de investimento será aumentada até ao ponto na curva de procura de investimento em que a eficiência marginal do capital em geral é igual à taxa de juro no mercado»
Capítulo 11 do «The General Theory»
Só que se trata de explicações «superficiais» (no sentido de apenas considerarem a superfície fenomenológica visível...).
Foi Karl Marx quem de facto avançou com uma explicação coerente, abrangente e conclusiva.
Mesmo assim tem havido MUITA polémica a esse respeito.
Entretanto - «o seu a seu dono» - o exercício que é aqui proposto (ver mensagem anterior) é apenas um desenvolvimento teórico elaborado a partir de um exercício apresentado (mas não concluído) pelo falecideo Prof. Ronald Meek, da Universidade de Leicester, num ensaio intitulado «The Falling Tendency of the Rate of Profit», incluído no livro «Economics, Ideology and Other Essays».
Para ter concluído aquele exercício seria necessário (penso eu...) usar técnicas de programação que não estavam ainda desenvolvidas na altura em que o Prof. Ronald Meek apresentou o seu esboço de exercício.
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