Banqueiros “imploram” para dar crédito
Maria Teixeira Alves
6 de
Novembro de 2012
Económico on
line…
«Ulrich deu o exemplo do seu próprio banco. "No caso do BPI, temos
um rácio de transformação de depósitos em crédito de 105%, não temos nenhum
problema para dar crédito seja a quem for". E foi mais longe:
"Agradeço a quem está a promover o banco de fomento que traga para o BPI
essas operações de crédito, porque nós precisamos de dar crédito para ter
receitas. Tragam-nos as empresas que querem crédito, eu imploro".»
Pelos vistos os «nossos» banqueiros estão preocupados por não conseguirem colocar no seu mercado aquilo que mais gostam de vender: dinheiro fresco sob a forma de crédito para a produção... Na realidade eles têm gostado mais do «crédito ao consumo», mas esse parece que já deu o que tinha a dar e veio a descambar numa crise da dívida (para o caso dívida privada»). E agora «crédito mal parado» é mais do que muito...
O interesse desta notícia estará no facto de constituir apenas um exemplo «paradigmático» de um dos efeitos «colaterais» da malfadada e pouco conhecida (dos tais «economistas» convencionais) lei da queda tendencial (ou tendência decrescente) da taxa de lucro: o da falta de interesse e motivação para o investimento por parte dos agentes privados cuja motivação principal (única...) é a obtenção de lucro.
Em contraste com os nossos «economistas» convencionais, no entanto, os nossos empresários parece que têm uma percepção (intuição?...) de como é que a coisa funciona. Como que sentem que a expectativa de lucro é muito reduzida, quer porque sentem o pessimismo dos «mercados consumidores» (do que quer que seja), quer porque se dão conta de que nos tais «mercados consumidores» não haverá - hoje ou a médio prazo - poder de compra (a tal «procura efectiva» de que falava Keynes) para escoar a produção que já aí está, quanto mais aquela que se venha a acrescentar.
Em resultado disto tudo, e a nível da sociedade como um todo, aquilo que temos é um sistema económico a comportar-se como uma espécie de animal anémico (alguns dirão mesmo moribundo...), que teria «desistido de viver», esparramado e à espera de alguma coisa que venha de fora e lhe dê outro destino ou reanimação...
«Eles» bem avançam e acenam com incitamentos e palavras de coragem («vamos lá. que isto avança»...) e com «estímulos» fiscais e «quantitatve easing», mas o bicho não há meio de mexer...
O problema é que numa economia globalizada, quando as empresas multinacionais «deram a volta» ao Planeta e já não há mais «terra por explorar», não há mais «qualquer coisa que enha lá de fora» a puxar pela expansão do sistema.
A menos que a colectividade organizada e consciente de si mesma - o Estado - tome a iniciativa, «isto» não sai da estagnação... Ou há guerra (para recriar zonas de expansão) ou há Socialismo...
Pelos vistos os «nossos» banqueiros estão preocupados por não conseguirem colocar no seu mercado aquilo que mais gostam de vender: dinheiro fresco sob a forma de crédito para a produção... Na realidade eles têm gostado mais do «crédito ao consumo», mas esse parece que já deu o que tinha a dar e veio a descambar numa crise da dívida (para o caso dívida privada»). E agora «crédito mal parado» é mais do que muito...
O interesse desta notícia estará no facto de constituir apenas um exemplo «paradigmático» de um dos efeitos «colaterais» da malfadada e pouco conhecida (dos tais «economistas» convencionais) lei da queda tendencial (ou tendência decrescente) da taxa de lucro: o da falta de interesse e motivação para o investimento por parte dos agentes privados cuja motivação principal (única...) é a obtenção de lucro.
Em contraste com os nossos «economistas» convencionais, no entanto, os nossos empresários parece que têm uma percepção (intuição?...) de como é que a coisa funciona. Como que sentem que a expectativa de lucro é muito reduzida, quer porque sentem o pessimismo dos «mercados consumidores» (do que quer que seja), quer porque se dão conta de que nos tais «mercados consumidores» não haverá - hoje ou a médio prazo - poder de compra (a tal «procura efectiva» de que falava Keynes) para escoar a produção que já aí está, quanto mais aquela que se venha a acrescentar.
Em resultado disto tudo, e a nível da sociedade como um todo, aquilo que temos é um sistema económico a comportar-se como uma espécie de animal anémico (alguns dirão mesmo moribundo...), que teria «desistido de viver», esparramado e à espera de alguma coisa que venha de fora e lhe dê outro destino ou reanimação...
«Eles» bem avançam e acenam com incitamentos e palavras de coragem («vamos lá. que isto avança»...) e com «estímulos» fiscais e «quantitatve easing», mas o bicho não há meio de mexer...
O problema é que numa economia globalizada, quando as empresas multinacionais «deram a volta» ao Planeta e já não há mais «terra por explorar», não há mais «qualquer coisa que enha lá de fora» a puxar pela expansão do sistema.
A menos que a colectividade organizada e consciente de si mesma - o Estado - tome a iniciativa, «isto» não sai da estagnação... Ou há guerra (para recriar zonas de expansão) ou há Socialismo...