quarta-feira, 23 de dezembro de 2015

Um Outro Paradigma Energético

Fiquei sem computador durante 5 dias...
E enquanto o dito cujo estava a ser reparado, entretive-me a ler (em papel) alguns documentos/artigos que fora imprimindo ao longo dos últimos meses. Designadamente sobre questões de energia, meio ambiente e aquecimento global.
Entretanto, uma das coisas, mais interessantes, que me foi confirmada numa tertúlia há uns dias atrás, foi o facto – só aparentemente paradoxal ou bizarro – de que estamos numa situação de «aquecimento global» por causa da «guerra fria» e das bombas atómicas.
Como assim?!...
Que é que a «guerra fria» e as bombas atómicas têm a ver com poluição e aquecimento global?...
Dizem alguns engenheiros que é uma explicação simples, mas «escondida à vista de toda a gente»...
Dizem também que a energia nuclear à base do urânio foi escolhida (em vez de tórium) porque o processamento do urânio (ao contrário do tório) era necessário para a produção de bombas atómicas.
Dizem ainda que a produção de energia nuclear a partir do tório não deixa resíduos que sejam susceptíveis de serem aproveitados para fazer bombas atómicas.
Depois acontece que o uso de tório seria cerca de 200 vezes mais eficiente do que o uso de urânio. É o que dizem os engenheiros que estudam esses problemas...
Depois, dizem também eles, que o processamento do tório, para produzir energia eléctrica é muito, muito menos perigoso do que o processamento do urânio... E depois, e ainda por cima, seria também muito, muito, menos poluente do que o carvão, o petróleo ou mesmo o gás natural...
A Associação Nuclear Mundial (http://www.world-nuclear.org/) explica assim alguns dos seus possíveis benefícios:
«O ciclo de combustível do tório oferece enormes benefícios de segurança de energia no longo prazo, devido ao seu potencial para ser um combustível auto-sustentado sem necessidade de reactores de neutrões rápidos. Trata-se portanto de uma tecnologia importante e potencialmente viável que parece apta a contribuir para o desenvolvimento de cenários credíveis de energia nuclear a longo prazo. Moir e Teller concordam, fazendo notar que as possíveis vantagens do tório incluem a «utilização de combustível em abundância, a sua inacessibilidade a grupos terroristas ou o seu uso para a elaboração de armamentos, além de vantagens económicas e de segurança ambiental. Segundo Richard Martin (escritor/cientista) o tório é considerado a fonte de energia mais abundante, mais rapidamente disponível e mais limpa.»
Os especialistas dizem também que o uso do tório para a produção de energia é cerca de 200 vezes mais eficiente do que o uso de urânio. 
Uma outra vantagem que eles apontam é o facto de - dada a segurança inerente ao seu uso - as centrais poderem estar muito mais perto das zonas de grande consumo. 
Mas, como é claro, natural e evidente, há muitas, muitas opiniões em contrário.

E depois há que justificar (e amortizar) os investimentos já feitos em outras «fontes de energia»...
Em todo o caso, a China e a Índia parece que estão a avançar...
E a França e Reino Unido – que vão precisar, mais cedo do que tarde, de renovar as suas centrais – parece que também já estão a «ensaiar uma central nuclear com base no tório.
http://www.the-weinberg-foundation.org/2013/03/13/uk-joins-test-reactor-project-in-france-with-12-5m-commitment/
A ver vamos...