segunda-feira, 27 de maio de 2013

A Dinâmica Recente do Capitalismo

Parafraseando Hegel, mas também a nossa sabedoria popular, «o que tem que ser, tem muita força»... Lénine dizia algo de semelhante quando dizia algo como «os factos são muito teimosos».
E os factos aí estão...


Dinâmica Recente do Capitalismo
Em 20 frases simples
(e numa perspectiva de poucas décadas)


01. O próprio do capitalismo é crescer e acumular, acumular e crescer.
02. A "cenoura" – motivação – e motor da actividade é a busca de lucro.
03. A taxa de lucro funciona como «acelerador», «travão» e ainda como «caixa de velocidades». Acontece que a taxa de lucro tem períodos de subida, de estagnação e de descida
04. Entretanto o montante dos lucros empresariais repartem-se em: rendas (pagamento aos «senhorios»), juros (pagamento aos «donos do dinheiro») e impostos (pagamento pelos serviços básicos do Estado minimalista).
05. Quando a taxa de lucro começa a descer verifica-se uma busca desenfreada por «saídas» (ou «aplicações»...) para o excedente potencial, com a sua conversão em excedentes financeiros.
06. Assim sendo, quando a TAXA de lucro começa a descer, para manter incólume a MASSA (o montante) dos lucros, o Capital procurará reduzir as transferências para os «senhorios», para os «bancos» e para o Estado… 
07. Como os donos do Capital se combinam/misturam facilmente com os «senhorios» e com os «donos do dinheiro», os «custos» dessa redução sobram naturalmente para a Res Pública.
Daí veio a resultar:
08. Uma exigência de redução nas taxas dos impostos tipo IRC e de IRS aplicáveis aos donos e agentes do Capital.
09. Para facilitar a optimização fiscal, um manipulação e ajuste das normas e padrões de contabilidade.
10. Ainda para facilitar a optimização fiscal, uma exigência da flexibilização dos padrões e enquadramento legal da auditoria.
11. Veio também a liberalização dos movimentos de capitais financeiros o «Bigger Bang» e os «Euromarkets» consagrando o dinheiro virtual sem qualquer controle estatal/nacional.
12. Entretanto... Dos ganhos de produtividade veio a resultar uma «compressão dos salários» e o «desemprego sistémico»... Logo, redução do poder de compra global ou a nível sistémico...
13. Se o sistema reduz o poder de compra agregado, há que facilitar o acesso ao CRÉDITO (como fonte de receita para os bancos).

14. Temos assim uma dupla BIFURCAÇÃO nas Taxas de Juro
Entidades
Bancos Comerciais
Bancos Centrais
Destino
Consumo
Investimento
Efeito
Aumento = Usura
Redução = Quantitative Easing
15. Tivemos assim e também a abolição das Leis da Usura (ou seja, a permissão de taxas de juro sem limitações...)
 16. Daí veio a resultar um aumento exponencial do consumo a crédito e naturalmente o aumento da dívida privada.
17. Da redução das taxas daqueles impostos e da «optimização» fiscal veio a resultar o aumento do défice público, forçando os Estados a «vampirizar» as respectivas Seguranças Sociais.


18. Temos entretanto a inoperância da redução das taxas de juro para o investimento reprodutivo de bens e serviços, pois que «com uma corda não se empurra uma carroça»
19. Na falta de outras «aplicações» e/ou «fontes de rendimento», a «Banca» (em especial na zona Euro...) aproveita para «financiar» a dívida pública...
20. De tudo isto só pode resultar uma propensão para a instabilidade social, o caos e, eventualmente, a guerra...
Dá para perceber, ou é preciso fazer uma diagrama?...

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