sexta-feira, 18 de novembro de 2011

A propósito da estória da competitividade

Li hoje no Diário Económico que um ex-Ministro do Emprego e da Segurança Social de um governo PSD (o sr. Silva Peneda), falando na qualidade de presidente do Conselho Económico e Social, afirmava que «não é pela redução dos salários que se vai aumentar a competitividade». Se não fosse o contexto e a conjuntura actual, seria caso para dizer que o sr. de La Palice não diria melhor... Mas não deixa de ser significativo que um ilustre membro do PSD (suponho que ainda o será) e ex-ministro venha a público defender o contrário do que propõem os ilustres membros do actual (des)governo da República.
Mesmo descontando o caracter tentativamente conciliador do estilo «Estamos numa fase da vida colectiva em que nos devemos habituar a distinguir o importante do acessório» a verdade é que não são notícia - sendo legítimo presumir que não houve - quaisquer referências a coisas tão banais e comuns, seja em «tempos de vacas gordas», seja em «países civilizados» como por exemplo a «reciclagem profissional», a «reconversão de actividades produtivas», o empenho na formação profissional nos locais de trabalho, a reactivação e motivação de comissões de trabalhadores (abrenúncio... vade retro...) ou ainda a questão dos custos de outros insumos que não a força-de-trabalho... Nomeadamente (e muito em particular) a energia (ao que me dizem uma das mais caras da União Europeia).
A verdade nua e crua - que sobra para todos nós e em mais do que um sentido - é que estas «élites» não sabem o que fazer para nos «tirar do buraco» para que nos conduziram...

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