Quase
a acabar (estes esclarecimentos...)
Considera-se
que – em última análise – a totalidade da sociedade humana se
pode «resumir» a dois grandes grupos de agentes económicos. Estou
a falar de «modelos representativos», «arquétipos» ou «entidades
abstractas» que no entanto se corporizam em pessoas e instituições
concretas.
A
sociedade humana como um todo, na sua interacção com a Natureza,
dispõe de dois tipos de instrumentos, meios ou «ferramentas». Por
um lado será o «capital
acumulado» (sob a forma de máquinas, tecnologia – ou
saber acumulado - estruturas fabris diversas e outras
obras de engenharia vindas do passado); por outro lado será o
«capital vivo», a
capacidade que os seres humanos vivos têm de trabalhar e produzir o
que quer que seja.
No
modelo que aqui se procura explanar, ao capital acumulado chamamos de
«capital constante» (ou «constant
capital») e ao capital vivo chamamos de «capital
variável» («variable
capital»).
Em
cada ciclo de produção (anual, por exemplo...) todos e cada um dos
membros «adultos» da sociedade humana está em permanente processo
criativo. Daí resultam (têm resultado...) permanentes melhoramentos
sobre as «formas de trabalhar» nos mais diversos tipos de
actividade. São os ganhos de produtividade.
No
modelo que aqui se procura explanar, na sequência de cada ciclo de
produção (de tudo e mais alguma coisa) considera-se que alguma
parte do excedente produzido reflui (regressa ou retorna) para o
sistema sob a forma de «investimento» e que nesse investimento há
ganhos de produtividade.
A
esses ganhos de produtividade chama-se aqui «impacto
sobre o "capital constante"» e
«impacto
sobre o "capital variável"».
Presume-se
que cada agente representante do "capital variável"
dispondo embora de 24
horas por dia, dedica no entanto «apenas» 10 horas por dia a actividades de
«transformação» da Natureza ("virgem"
ou "já parcialmente transformada").
Em
rigor, a lógica do sistema acaba por ser a mesma, quer se trate de
10 horas por dia quer se trate de 5 ou 6 horas de trabalho por dia...
Um
outro aspecto a considerar será a relação entre «trabalho
necessário»
(à «reprodução
social») e
«trabalho
excedente»
(aquele que PODE
reverter
para o processo de acumulação).
São
estas as variáveis fundamentais da «camada geológica» (pouco ou
nada visível) do sistema económico. A lógica daquilo que se passa
a esse nível é determinante e condiciona tudo o mais que se possa
passar nas «camadas superiores» (o subsistema dos preços, as
instituições, as finanças, a governação...) do sistema económico
global.
Num próximo e ultimo esclarecimento (para já...) espero indicar como tudo «isto» tem a ver - ou está implícito - no modelo aqui desenvolvido.
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