sexta-feira, 10 de maio de 2013

A PROPÓSITO DE ALGUNS COMENTÁRIOS – 4

Quase a acabar (estes esclarecimentos...)

Considera-se que – em última análise – a totalidade da sociedade humana se pode «resumir» a dois grandes grupos de agentes económicos. Estou a falar de «modelos representativos», «arquétipos» ou «entidades abstractas» que no entanto se corporizam em pessoas e instituições concretas.
A sociedade humana como um todo, na sua interacção com a Natureza, dispõe de dois tipos de instrumentos, meios ou «ferramentas». Por um lado será o «capital acumulado» (sob a forma de máquinas, tecnologia – ou saber acumulado - estruturas fabris diversas e outras obras de engenharia vindas do passado); por outro lado será o «capital vivo», a capacidade que os seres humanos vivos têm de trabalhar e produzir o que quer que seja.
No modelo que aqui se procura explanar, ao capital acumulado chamamos de «capital constante» (ou «constant capital») e ao capital vivo chamamos de «capital variável» («variable capital»).
Em cada ciclo de produção (anual, por exemplo...) todos e cada um dos membros «adultos» da sociedade humana está em permanente processo criativo. Daí resultam (têm resultado...) permanentes melhoramentos sobre as «formas de trabalhar» nos mais diversos tipos de actividade. São os ganhos de produtividade.
No modelo que aqui se procura explanar, na sequência de cada ciclo de produção (de tudo e mais alguma coisa) considera-se que alguma parte do excedente produzido reflui (regressa ou retorna) para o sistema sob a forma de «investimento» e que nesse investimento há ganhos de produtividade.
A esses ganhos de produtividade chama-se aqui «impacto sobre o "capital constante"» e «impacto sobre o "capital variável"».
Presume-se que cada agente representante do "capital variável" dispondo embora de 24 horas por dia, dedica no entanto «apenas» 10 horas por dia a actividades de «transformação» da Natureza ("virgem" ou "já parcialmente transformada").
Em rigor, a lógica do sistema acaba por ser a mesma, quer se trate de 10 horas por dia quer se trate de 5 ou 6 horas de trabalho por dia...
Um outro aspecto a considerar será a relação entre «trabalho necessário»«reprodução social») e «trabalho excedente» (aquele que PODE reverter para o processo de acumulação).
São estas as variáveis fundamentais da «camada geológica» (pouco ou nada visível) do sistema económico. A lógica daquilo que se passa a esse nível é determinante e condiciona tudo o mais que se possa passar nas «camadas superiores» (o subsistema dos preços, as instituições, as finanças, a governação...) do sistema económico global.
Num próximo e ultimo esclarecimento (para já...) espero indicar como tudo «isto» tem a ver - ou está implícito - no modelo aqui desenvolvido.

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