Para
concluir os esclarecimentos...
Com
base nas indicações feitas nas mensagens anteriores espera-se que
os observadores deste blogue – quaisquer outros visitantes –
sintam interesse em «brincar» com o (MUITO) rudimentar
modelo aqui proposto.
Reproduzo
aqui, de novo, o gráfico inicial – que é o resultado de uma
«simulação» efectuada. Podem experimentar outros números, mas
atenção que uma casa centesimal (estamos a falar de efeitos ao
longo de muitas décadas) pode fazer toda a diferença.
Assim,
nesta simulação, considerei que haveria (teria havido...) ao longo
dos dois últimos séculos uma taxa média de refluxo de 1,5% (ano,
após ano...); um impacto (ou crescimento) médio de 2,8% na
produtividade agregada e uma taxa de destruição de valor
(«ocasional»... as guerras...) de 25%.
No
gráfico aqui exibido pode ver-se a situação subjacente à
ocorrência de graves crises sistémicas em intervalos variáveis,
mas também com alguma regularidade. Um historiador poderá pensar
aqui em anos de referência como «1840«, «1875», «1929» ou
«1975»...
Ou
então lembrar a famosa «Onda de Kondratieff».
Tanto
quanto eu saiba, o único economista que considerou a
hipótese de a oscilação da taxa de lucro estar
subjacente à «Onda de Kondratieff» foi Ernest Mandel. De resto não
encontrei mais qualquer referência na literatura consultada.
Claro
que faltaria MUITO para melhorar este modelo.
Mas
com os meios disponíveis (e a carolice de um voluntário em
«part-time» esporádico) é o que se pôde arranjar. Nesse
contexto não posso deixar de registar o meu agradecimento ao meu
amigo e ex-colega de estudo António Figueras, (doutorando em
Ciências da Complexidade), pela disponibilidade e trabalho efectuado
na programação do modelo aqui apresentado.
Coisas
mais que se possam via a fazer...
Desde
logo, afinar os critérios que levam o sistema programado a
despoletar um subprocesso societal de «destruição de valor»...
Um
outro aspecto a considerar seria a hipótese de programar como simular os «mecanismos
de atenuação ou "fuga do abismo" da queda da taxa de lucro». De facto, no mundo
real do muito complexo entrelaçamento entre a Economia e as
Finanças, tem havido muitas técnicas para obviar aos efeitos
imediatos – no rendimento dos «donos do Capital», de modo a «adiar
o mais possível o inevitável».
Por
outro lado, adoptar antes a abordagem da modelação com base em
agentes ("Agents Based Modelling") em que os diversos agentes heterogéneos,
tivessem apenas em comum a «função de utilidade» (maximização
do seu benefício pessoal) sujeita (ou constrangida) a
esta lógica aqui programada.
Mas
haverá mais coisas que outros poderão sugerir, depois de entenderem
as idéias que lhe estão aqui subjacentes.
Para
concluir, uma coisa que ainda me vai surpreendendo (?...) é o facto de não
ter ainda surgido um candidato a doutoramento em Ciências da
Complexidade que se queira meter a elaborar uma Tese sobre esta
temática.
Já houve prémios «Nobel» em Economia por «avanços» muito menos significativos na compreensão dos fenómenos económicos
Mas,
seja como for, ou por outro lado, está-me a chegar a fase da «cana
de pesca». Estou disponível para comprar uma e começar a sentar-me
nas rochas junto à praia, aqui a uns 500 metros de casa...
Não haverá por aí ninguém que queira vender uma cana de pesca usada?
Caro guilherme: já "despachei" a cana de pesca com que costumava fazer companhia ao meu filho, por isso não posso satisfazer o seu pedido...Por outro lado, penso que aos mais velhos, em função da sua disponibilidade e vontade, aida cabe a responsabilidade social de apontar caminhos! E nesta área, a económico-financeira, ainda está muito por mostrar. Acredito que os mais novos quando começarem a perceber, realmente e a sério, como estão e vão continuar a ser enganados, irão rapidamente tomar consciência de que acabar a noite com uma garrafa de litro de cerveja talvez não seja a melhor atitude...Abraço, Silva Alves
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